O corpo vem através dos tempos se modificando pois a construção dos corpos muda junto com as sociedades nas quais se insere, e percebemos que atualmente esta cada vez mais em evidencia, pois este modelo cheio de medidas, formas, volumes, segue um padrão imposto pela sociedade através dos diversos meios de comunicação.
Desde os primórdios o corpo já era considerado um fator fundamental, pois o homem primitivo precisava ter bons movimentos e um bom condicionamento físico para sua sobrevivência, não apenas para se alimentar ou adquirir moradia, mas também para se comunicar era preciso a movimentação através de gesticulação. Portanto, podemos observar a importância do corpo como meio de socialização, um fenômeno corrente até hoje, pois o corpo está dentro da vida cotidiana como um meio de comunicação, através de signos ligados à linguagem, gestos, roupas, instituições às quais pertencemos, permitindo nossa interação com o outro.
Desde os primórdios o corpo já era considerado um fator fundamental, pois o homem primitivo precisava ter bons movimentos e um bom condicionamento físico para sua sobrevivência, não apenas para se alimentar ou adquirir moradia, mas também para se comunicar era preciso a movimentação através de gesticulação. Portanto, podemos observar a importância do corpo como meio de socialização, um fenômeno corrente até hoje, pois o corpo está dentro da vida cotidiana como um meio de comunicação, através de signos ligados à linguagem, gestos, roupas, instituições às quais pertencemos, permitindo nossa interação com o outro.
Até o século XVIII, ainda sob os efeitos de uma visão religiosa, o corpo foi reprimido e punido mas,a partir do século XXI, tornou-se objeto do Capitalismo. Percebe-se, que o processo de transformação do corpo, da Grécia Antiga até os dias atuais, sempre ocorreu por motivações políticas,econômicas e religiosas das classes que detinham o poder em cada período. Assim, o corpo exerceu papéis diferentes em cada sociedade.
Na Grécia Antiga, o corpo era bastante discutido,apesar de assuntos como a Política e a Ética serem considerados mais relevantes pelos pensadores da época.Alguns filósofos como Sócrates (470 a 399 a.C.), Platão (427 a 347)e Aristóteles (384 a 322 a.C.), que viveram na sociedade grega antiga, também discutiam sobre esse assunto. Sócrates possuía uma visão integral de homem,julgando como importante tanto o corpo quanto a alma para o processo de interação do homem com o mundo, diferente de Platão, que possuía uma visão mais dicotômica, na qual o corpo servia de prisão para a alma. As idéias de Aristóteles aproximavam-se mais das idéias de Sócrates do que das de Platão, pois partia do princípio de que, as ações humanas eram executadas em conjunto, corpo e alma, todas num processo contínuo de realização. As abordagens apresentadas por esses filósofos representam a base para o entendimento sobre as diferentes concepções de corpo criadas ao longo da formação da sociedade ocidental, visto que, as mesmas tendem a explicar melhor e entender como o corpo tomou dimensões importantes na construção social, cultural e histórica.
Relatos históricos mostram que o corpo sexuado da Idade Média foi majoritariamente desvalorizado, as pulsões e o desejo carnal, amplamente reprimidos. O culto ao corpo era considerado um verdadeiro pecado, e concebido principalmente como a vestimenta da alma; e a renúncia ao próprio corpo foi a base de sustentação do discurso da salvação da mesma. No século XIV iniciou-se na Península Itálica, depois se expandindo para os demais países da Europa, o que ficou conhecido como Renascimento. Este representou para a sociedade da época não somente uma mudança econômica mas, principalmente, o modo das pessoas pensarem e se organizarem politicamente. O ideal de corpo passou a ter um caráter mais humanista, diferente do ideal concebido pela Igreja na Idade Média. A chegada do Renascimento marcou a transição da Idade Média para a Modernidade.
A Modernidade caracterizou-se pelo surgimento da Ciência Moderna e de uma nova concepção de homem. Desse modo, as restrições religiosas que eram exercidas sobre o corpo na Idade Média deram lugar ao desenvolvimento da racionalidade. Assim, o homem moderno passou a ser o sujeito responsável pela produção do conhecimento e de uma nova concepção de corpo.No final do século XVII, o corpo humano foi considerado pelas Ciências Biológicas como uma máquina cheia de engrenagens. Como esse período foi caracterizado pelo nascimento de uma nova classe detentora do poder, a burguesia, esse homem moderno foi quem favoreceu o desenvolvimento das indústrias e a consolidação do Capitalismo.
Ao longo do XX, período que consolidou a Contemporaneidade, o corpo foi ganhando
evidência por meio das novas tecnologias e comportamentos, principalmente através do uso dos meios de comunicação. O
estilo de vida e o desejo de obter a perfeição física levaram o homem da sociedade
industrial a buscar, excessivamente, um novo padrão de beleza, satisfazendo um
desejo que não é próprio de sua natureza mas sim, de uma exigência para a sua inclusão
na sociedade, onde tudo pode virar mercadoria.
Na
nossa cultura de consumo atual, uma nova fronteira cada vez mais explorada é a
reconstrução do corpo como estilo de vida, em práticas tão diversas quanto a
realização de cirurgias plásticas, a colocação de piercings ou o uso de novos produtos médicos de alta
tecnologia (cremes, laser etc.). Tais tendências mostram que o corpo
contemporâneo, muito mais do que imagem a ser consumida, passa cada vez mais a
se tornar ele próprio objeto de consumo das mais diferentes formas, com o
auxílio de novas tecnologias.
Piercings, tatuagens e outras alterações corporais, tão
comuns em diversas culturas, adquirem nas sociedades ocidentais capitalistas
uma aura de consumo marcada por estilos de vida que lhe dão particularidade.
Elas representam uma forma de consumir o corpo material muito bem-estabelecida,
mas não esgotam essas práticas, que passam a se multiplicar.
As cirurgias plásticas, cada vez mais presentes na cultura brasileira, passam a ser usadas menos como correção de danos ou em casos extremos, como queimaduras, por exemplo, para se tornarem uma ferramenta para reconstruir o corpo em termos de diferentes estilos: seios maiores, botox para eliminação de rugas, preenchimentos, entre tantas outras técnicas hoje em dia usadas de forma massificada, quase como tratamentos de beleza corriqueiros (para quem pode consumi-los). A forma corporal na cultura de consumo, assim como a roupa e os acessórios, passa a ser múltipla e variável, seguindo as dinâmicas dos estilos mutáveis da moda.
A atual preocupação com a forma e
volume, relacionadas à importância da imagem, que reflete nos impressionantes
números da indústria de cosméticos, cirurgias plásticas e na proliferação das
academias de ginástica e musculação (CASTRO, 2007).No mundo do fitness a idolatria é
concedida aos “sarados”, ou seja, àqueles que são vistos como vitoriosos na
corrida pelo delineamento corporal. A periodização é direcionada para o momento
em que os atletas da boa forma física devem atingir seu rendimento máximo: o
verão, corpos à mostra e visibilidade máxima. Nas academias, o espelho e a
balança representam a voz da verdade, que irá indicar os números do sucesso ou
do fracasso na batalha pelo “aperfeiçoamento” corporal (HANSEN; VAZ, 2004).
Esse quadro obsessivo aparente nas academias, demonstra grande preocupação, podendo
levar a casos de transtornos psíquicos, físico e alimentares.
O que fica claro é que as formas pelas quais os corpos são
representados nas imagens que circulam pelas mídias possuem grande poder de
influenciar o modo como percebemos nossos próprios corpos. Dessa maneira,
críticas culturais como o feminismo, movimentos antirracistas ou mesmo
preocupações relacionadas à saúde discutem a forma pela qual o corpo é
consumido enquanto imagem idealizada em produtos culturais.
As concepções que o homem desenvolve a respeito de sua corporeidade
e as suas formas de comportar-se corporalmente estão ligadas a condicionamentos
sociais e culturais, pois a cultura imprime suas marcas no indivíduo, ditando
normas e fixando idéias que indicam à educação o que deve ser alcançado no
processo de socialização (GONÇALVES, 1994, p. 13).
E o processo continua, o que hoje conceituamos como padrão corporal, amanha será completamente diferente, pois a sociedade é dinâmica e o corpo vem sofrendo, ao longo do tempo, mudanças
de concepções e tentativas de modificação ou adequação a novos interesses
econômicos, religiosos científicos, políticos, etc. Fatores como a moral, os
costumes, a Ciência, a Religião, a Educação e outros, desde há muito tempo,
manipulam a política de compreensão do corpo.
Referências Bibliográficas
CASTRO, A. L. Culto ao corpo e sociedade:
mídia, estilo de vida e cultura de consumo.2 ed. São Paulo: Fapesp, 2007. 148
p.
ADAMI,
F.; et al. Aspectos da construção e desenvolvimento da imagem corporal e
implicações na Educação Física. Revista Digital, Buenos Aires, v. 10, n.
83. Abril 2005. Disponível em:
<http://www.efdeportes.com/efd83/imagem.htm>. Acesso em 15 de maio de
2011
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